quinta-feira, 3 de junho de 2010

PERSONAGEM LENDÁRIO!




Poti ou Potiguaçu (Camarão ou Camarão Grande, no Tupi)



Antônio Filipe Camarão

Nasceu em 1590 (segundo alguns historiadores) em Aldeia Velha, na margem esquerda do Rio Potengi, Capitania do Rio Grande (Atual Aldeia Velha, São Gonçalo do Amarante, RN).


Morreu no Arraial (novo) do Bom Jesus / PE, em 24 de agosto de 1648. Foi sepultado em Várzea / PE.


Antônio Filipe Camarão [1] foi um indígena brasileiro da tribo potiguar, nascido no início do século XVII em Aldeia Velha - provavelmente na área que até hoje recebe o mesmo nome, junto aos manguezais de Jardim Lola, no município de São Gonçalo do Amarante - na então Capitania do Rio Grande ou, de acordo com alguns historiadores, na Capitania de Pernambuco. Tendo como nome de nascença Poti ou Potiguaçu que significa camarão. foi batizado e convertido ao catolicismo na Capela de São Miguel de Guajerú, no dia 13 de junho de 1614 [2], recebeu o nome de Antônio por ser o santo do dia, Santo Antônio; e adotou Filipe em homenagem ao soberano D. Filipe II (1598-1621) e Camarão, tradução do tupi para o nome Poti. No mesmo dia em que se batizou, também casou com Clara Camarão, que era uma índia, não há registros de seu nome potiguar, mas muitos chamam de Potira, em alusão ao nome do marido. Clara era responsável por comandar um exército de mulheres que teve atuação decisiva na batalha de Porto Calvo, em 1637.

Educado pelos jesuítas, era ele, segundo Frei Manuel Calado, "destro em ler e escrever e com algum princípio de latim"; considerava de suma importância a correção gramatical e a pronúncia do português, "era tão exagerado em suas coisas, que, quando fala com pessoas principais, o fazia por intérprete (posto que falava bem o português) dizendo que fazia isto porque, falando em português, podia cair em algum erro no pronunciar as palavras por ser índio". Seu trato era comedido e "mui cortesão em suas palavras e mui grave e pontual, que se quer mui respeitado".


No contexto das invasões holandesas do Brasil, auxiliou a resistência organizada por Matias de Albuquerque desde 1630, como voluntário para a reconquista de Olinda e do Recife. À frente dos guerreiros de sua tribo organizou ações de guerrilha que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores.


Sempre acompanhado de sua esposa Clara, tão combatente quanto ele, destacou-se nas batalhas de São Lourenço (1636), de Porto Calvo (1637) e de Mata Redonda (1638). Nesse último ano participou ainda da defesa de Salvador, atacada por Maurício de Nassau.


Distinguiu-se na primeira comandando a ala direita do exército rebelde na Primeira Batalha dos Guararapes (1648), pelo que foi agraciado com a mercê de Dom, o hábito de cavaleiro da Ordem de Cristo, o foro de fidalgo com brasão de armas e o título de Capitão-Mor de Todos os índios do Brasil.


Faleceu no Arraial (novo) do Bom Jesus (Pernambuco), em 24 de agosto de 1648, em conseqüência de ferimentos sofridos no mês anterior, durante a Batalha dos Guararapes. Após a sua morte foi sucedido no comando dos soldados insurgentes indígenas por seu sobrinho D. Diogo Pinheiro Camarão.






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